Viagem está na veia.
Eu tinha uns sete anos quando meu pai reuniu a prole toda numa Kombi e fomos Argentina abaixo. Coisa que incluia farofa e frango mantidos quentinhos numa lata de sorvete Kibon para realizar uma parada com direito a pic-nic - coisa que a gente só conta agora porque parece mentira e, se alguém acreditar, vai ter conotação de folclore.
Pois foi assim. De pic-nic até Curitiba, de lá a Torres, de Torres a Caxias, até Montevideo, Punta del Este (quando ainda nem era famosa e muito menos sofisticada e permitia, sem preconceitos, farofeiros em Kombi lotada de gente)
De Punta, fomos a Colonia e lá meu pai deixou a Kombi mas deu prosseguimento de ferry até Buenos Aires e mais horas e horas de ônibus a Bariloche.
Foi uma viagem inesquecível. A primeira de muitas.
As asinhas do frango deram lugar as de um avião e segui para diversos destinos.
Nenhum, no entanto, perdeu esse sabor de aventura, misto de prazer e novidade.
Posso dizer que nenhuma outra viagem foi igual.
Nunca são. Foi a primeira lição que aprendi sobre viagem: ela é inesquecível porque é única.
